quarta-feira, julho 23, 2008

Decadence sans elegance

Higienópolis já foi um bairro classudo, habitado por pessoas influentes: artistas, intelectuais, políticos, entre outras figuras da vida pública de São Paulo e do Brasil. Alguns deles ainda estão por lá, mas ao andar por aquelas ruas arborizadas, fica evidente que algo está faltando.

O bairro é pontuado por diversas escolas. Mackenzie, FAAP, Rio Branco e Sion para ficar apenas nos colégios privados tradicionais. Porém, em meses como julho, aquela energia juvenil desaparece completamente da vizinhança, deixando evidente o processo de decadência que o bairro sofre.

Sem a alegria dos jovens, a idade avançada dos prédios (e de seus moradores) parece gritar. Projetos de retrofit passam longe dali, contribuindo para que um aspecto lúgubre tome conta do lugar.

Tudo é velho, triste. Como um animal que apenas aguarda o abate, pois sabe que seu tempo chegou. Sobra um ou outro sopro de vitalidade, como a Praça Vilaboim. Mas mesmo esta sofre, em julho, com o fluxo de pessoas vindas da FAAP diminuído no período.

Tradicionalmente, Higienópolis é um bairro habitado pela colônia judia. E muitos são judeus ortodoxos, vistos caminhando por lá com seus quipás e barbas. Porém, o que antes se apresentava como um porto seguro a esse povo, demarcado pelo famigerado Minhocão, pela Santa Casa e pelo Pacaembu, hoje se mostra desconectado da realidade.

Não tanto pela evidente invasão de pessoas não pertencentes a essa etnia. Mas pelo próprio sentimento de não-pertencimento a um contexto de toda a cultura e sociedade que cada vez mais excluí situações apartadas da influência massiva do universo pop.

Essa característica de desconexão com o tempo atual de muitos dos moradores judeus de Higienópolis apenas contribui para que a tal decadência bata ainda mais forte no bairro.

Há quem ainda acredite que aquela localidade possa inferir algum tipo de prestígio ou elegância. Ledo engano. Procurar por isso não é nada além de uma busca por um ouro que não se possui numa mina abandonada há mais anos do que é possível se lembrar.

terça-feira, julho 22, 2008

Clone? Se fosse mesmo tava bom...

A mais nova aposta de George Lucas é a animação Star Wars: The Clone Wars. É um pouco mais do mesmo, simplesmente disfarçado de desenho animado.

Lucas se perdeu quando começou a segunda trilogia. Os episódios 3, 2 e 1 não conseguiram captar a mesma magia dos primeiros – que revolucionaram o cinema e a forma de se contar histórias de ficção.

O Império Contra-Ataca é uma das melhores demonstrações da capacidade humana de criar um tipo de entretenimento que se internaliza nas mentes dos espectadores, gerando uma experiência que se perpetua durante a vida das pessoas.

Com a nova trilogia, Lucas acabou se rendendo demais às inovações tecnológicas, notadamente à possibilidade de criar cenários e até mesmo personagens em CGI (Computer Generated Images). E tirou o que Star Wars tinha de melhor: a emoção.

Mesmo se tratando de ficção científica, todo moleque se sentia próximo de Luke Skywalker e sua escalada para se tornar um Jedi. Brigas com o pai, dificuldades de adaptação no crescimento e toda uma jornada do herói que Joseph Campbell não nos deixa esquecer.

Mas George Lucas continua tentando. Quem sabe uma hora ele não consegue acertar de novo?

segunda-feira, julho 21, 2008

O mundo é nerd – Pt 1

Cavaleiro das Trevas bate recorde no Brasil
Mais de sete milhões de reais são arrecadados no primeiro final de semana do filme

Agora é fato: o mundo do entretenimento definitivamente se rendeu ao universo dos quadrinhos. Dados passados pela Warner Bros. Pictures indicam que 775 mil pessoas assistiram a Batman – O Cavaleiro das Trevas no primeiro final de semana de exibição.

Exibido em 547 salas, o filme de Christopher Nolan se tornou o maior lançamento cinematográfico de 2008 no Brasil, superando em 18% o líder anterior, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.

Batman – O Cavaleiro das Trevas também foi o responsável por 51,4% da bilheteria entre os 10 filmes mais vistos no País no último final de semana. O total obtido pelo longa-metragem é três vezes maior do que o segundo colocado.

É a maior abertura de um filme da Warner no Brasil, em dólares, em todos os tempos. Ficou 13% acima da marca anterior da empresa, que era Harry Potter e A Ordem da Fênix.

Na gringolândia (Estados Unidos e Canadá), TDK (como já está sendo chamado pelos fãs) obteve 158,3 milhões de dólares em ingressos vendidos e bateu o recorde de arrecadação em um final de semana de estréia, que antes era de Homem-Aranha 3. Diante dos atuais concorrentes, o filme de Christopher Nolan ficou 128,3 milhões de dólares na frente do segundo colocado, o musical Mamma Mia!.